15 de fev. de 2011

Jornal CS

Brasileiros voltam do exterior atrás de empregos e salários melhores

O crescimento da economia abriu as portas do mercado de trabalho para milhões de brasileiros. São tantas oportunidades que essa é a hora para quem está disposto a mudar de endereço ou até de profissão, se for o caso.

O Jornal Nacional apresenta, nesta semana, uma série especial de reportagens sobre emprego no Brasil. nesta terça-feira (15), o repórter Ismar Madeira apresenta pessoas que trocaram de estado, de país e até de profissão em busca de salários melhores, e os brasileiros que voltaram do exterior pelo mesmo motivo.
Na decoração e no idioma, está a lembrança dos últimos sete anos. Manuela Kimura e os filhos acabam de voltar do Japão. Neta de japoneses, ela foi tentar a vida lá, mas enfrentou o fantasma do desemprego.
“Era aquele burburinho: ‘vão mandar embora’. E nós, brasileiros, como trabalhávamos lá como terceirizados, a gente sabia que, na hora em que fossem mandar alguém embora, a gente era o primeiro da fila”, afirma.
O Japão entrou em uma crise econômica em 2008, que também atingiu os Estados Unidos e países da Europa. No Brasil, os efeitos não foram tão nocivos.
Manuela Kimura foi encontrar emprego no seu país. “A emoção foi grande, principalmente, porque a minha primeira carteira de trabalho eu tirei agora aos 30 anos, no meu país”, comenta a soldadora.
O que a Manuela aprendeu a fazer no Japão foi trabalhar com navios - um tipo de indústria que começa a renascer no Brasil. Só na instalação de um estaleiro, foi investido R$ 1,8 bilhão. Mas, para que ele começasse a funcionar, foi preciso buscar mão de obra do outro lado mundo, e ela não foi a única. Ao todo, são 135 soldadores.
O estaleiro enviou uma funcionária de recursos humanos para recrutar os dekasseguis brasileiros. O supervisor de montagem Euclides Yamaoka voltou depois de 20 anos fora. “Na época era muito difícil você conseguir um lugar, um bom emprego, vamos dizer assim. Hoje, eu vejo aqui milhares de oportunidades”, aponta.
No Porto de Suape, em Ipojuca, Pernambuco, o número de empregos subiu de 5 mil para 32 mil nos últimos quatro anos, contando com a construção civil, e não para de crescer. “Só em 2011, teremos mais de 20 mil empregos sendo gerados aqui”, revela o vice-presidente Complexo Suape, Frederico Amâncio.
São mais de 100 empresas instaladas e 35 em instalação, que atraem profissionais de todo o país. “Nós começamos a ver a questão da mobilidade do emprego. É justamente as empresas procurarem, em outras regiões, profissionais que elas já não encontram na porta de casa”, afirma o professor Paulo Resende, da Fundação Dom Cabral.
Cleide dos Santos trocou sua cidade natal, São Paulo, por Palmas, no norte do Brasil. “Não dá para mentir, foi muito difícil, um aperto no coração”, conta.
Como gerente de marketing, ela trabalha em uma novidade na região. É o primeiro shopping center do estado de Tocantins, com as primeiras grandes lojas de departamento. “A visibilidade do seu trabalho é muito maior, o reconhecimento. Você acaba fazendo, executando e tendo o êxito e tem o reconhecimento”, aponta.
O crescimento da economia abriu as portas do mercado de trabalho para milhões de brasileiros. Os setores que mais criaram vagas com carteira assinada foram os serviços e o comércio. São tantas oportunidades que essa é mesmo a hora para quem está disposto, se for o caso, a mudar de endereço ou até de profissão. “Eu trabalhava como babá”, revela Luciana.
Do trabalho doméstico para o de estoquista em uma loja: Luciana e Iara foram convencidas a tentar. Não só conseguiram a vaga como já sonham com uma carreira no comércio. “Futuramente posso ser vendedora ou até outra coisa melhor”, diz a estoquista Iara Socorro da Costa.
É o que também está ocorrendo no Porto de Suape. “Nunca pensei na minha vida em trabalhar com indústria naval”, afirma o supervisor Gustavo Bezerra Coelho.
Gustavo, que trabalhava com turismo no Recife, hoje é supervisor de guindastes. Ele aproveitou a falta de profissionais na área para se candidatar. Passou por uma seleção, fez treinamento e agora coordena uma equipe de 113 pessoas no estaleiro. “Apostei, abracei a ideia e fiz disso a meta da minha vida”, revela.
Nesta quarta-feira (16), você vai ver como a qualificação profissional faz toda a diferença na hora de se conseguir um emprego.


 

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