17 de jul. de 2013

20 de abr. de 2012

Convite do Lançamento da Revista Alteridade

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Deixamos o convite, para participar da Confraternização do Lançamento da Revista Alteridade. Além da apresentação da Revista, terá apresentação artística do Grupo Baru Cultural e comidas típicas da região Norte Mineira.
Venha prestigiar o trabalho dos Acadêmicos de Ciências Sociais na Unimontes, participe, Quinta-Feira dia 26 de Abril de 2012, no auditório do Centro de Educação a Distância - CEAD/UNIMONTES, a partir das 20h.

6 de mar. de 2012

Jornal CS

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Habermas Entrevista (80 anos 18/jun/2009)





Entrevista com Jürgen Habermas, filósofo alemão, autor da Teoria da Esfera Pública. Áudio original em inglês do video youtubedavidmeme, com legendas em português. Habermas fala sobre a democracia deliberativa e a teoria da ação comunicativa, agir comunicativo. Legendas, arte esfera pública atual, edição final Regina Cunha para o Seminário UFRN Estudos Culturais e Midiáticos, Mestrado em Estudos da Mídia. Bibliografia: Compreender Habermas, Walter Reese-Schaffer, Ed.Vozes, 2009.
(por favor, mencione a fonte)
mais docs em meu arquivo (www.scribd.com/regyna)

27 de fev. de 2012

Jornal CS

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As diversas faces do carnaval

Durante o século XIX, o carnaval assumia feições bastante diferentes. 

Festa, diversão, riso e liberdades. Para muitos, estas são palavras que facilmente expressam o sentido que o carnaval assume no interior de nossa cultura. O uso das fantasias, as piadinhas jocosas das marchas e a entrega aos prazeres nos trazem a sincera impressão de que o carnaval tem um sentido universal de renovação da vida por meio de uma fuga temporária das obrigações que permeiam a vida dos indivíduos em seu cotidiano.
De fato, grandes teóricos destas manifestações salientaram com primazia estes valores encontráveis nos eventos carnavalescos ocorridos na Europa, principalmente, entre as passagens da Idade Média e do Renascimento. Contudo, tal fato não nos impede de perceber as nuances que tal data comemorativa ganha na medida em que toma espaço na cultura brasileira. Para que possamos vislumbrar tal diferenciação, podemos observar as primeiras festas de carnaval acontecidas no século XIX.
Sendo um assunto com uma quantidade de material pouco disponível, sugerimos que o professor trabalhe com os alunos o trecho de uma crônica do escritor José de Alencar que justamente descreve um desfile carnavalesco deste período. Segundo o autor:

“Muitas coisas se preparam este ano para os três dias de carnaval. Uma sociedade criada o ano passado, e que conta já perto de oitenta sócios, todos pessoas de boa companhia, deve fazer no domingo a sua grande “promenade” pelas ruas da cidade. A riqueza e o luxo dos trajes, uma banda de música, as flores, o aspecto original desses grupos alegres, hão de tornar interessante esse passeio dos máscaras, o primeiro que se realizará nesta corte com toda a ordem e regularidade. Quando se concluir a obra da Rua do Cano, poderemos então imitar, ainda mesmo de longe, as belas tardes do “Corso” em Roma.”

Para que as distinções que popularmente explicam o sentido do carnaval fiquem mais evidentes, peça para que os alunos produzam um breve texto sobre o significado do carnaval em nossa cultura. Só depois disso, entregue o pequeno texto com a descrição feita por José de Alencar. Após a leitura do documento, discuta com a turma os trechos que mais se contrastam com a explicação por eles produzida. Entre outros pontos, é interessante notar o destaque que Alencar deu à “ordem e regularidade” da festa.
Contudo, essa face comportada do carnaval se mostrava diferente de outras manifestações populares em que grupos de trabalhadores e escravos comemoravam a festa de outra maneira. Para demonstrar esse outro lado da festa carnavalesca, podemos contar com um relato do viajante francês Benajamin Gastineau, que diz:


“O Carnaval do Rio de Janeiro (Brasil) não possui nada de muito curioso; sua brincadeira mais espirituosa consiste em regar os passantes por meio de pequenas seringas; é verdade que a pessoa que for molhada tem o direito de entrar na casa de onde partiu a ducha e de devolver, mesmo às mulheres, cada gota d'água que recebeu. As elegantes brasileiras se utilizam, para esta recreação, de bolas ocas ou pequenas seringas cheias de água perfumada.”

Nesse outro relato, o aluno percebe a realização de brincadeiras que em nada tinham a ver com aspecto ordeiro do desfile anunciado por José de Alencar. Mais conhecida como “entrudo”, essa manifestação permitia a invasão do espaço privado com o uso de brincadeiras que iam contra os limites impostos por um mundo cingido pela seriedade. De forma mais geral, tais manifestações carnavalescas aconteciam entre as populações menos abastadas e tomavam o tempo de mulatos e escravos da capital carioca.
Para encerrar tal exercício de comparação, o professor pode incumbir a turma de uma tarefa onde possa notar, nos dias de hoje, manifestações carnavalescas de diferentes tipos. Para que seja possível a produção desse material, indique aos alunos algumas festas e eventos que se desenvolvem no carnaval contemporâneo. Dessa forma, o aluno pode ver no presente as nuances captadas no passado e perceber o caráter múltiplo que a cultura ganha no campo de seu exercício.
 
Por Rainer Sousa
Graduado em História
Equipe Brasil Escola

13 de fev. de 2012

Jornal CS

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A Escola de Frankfurt

Theodor Adorno
A Escola de Frankfurt consistia em um grupo de intelectuais que na primeira metade do século passado produzia um pensamento conhecido como Teoria Crítica. Dentre eles temos Theodor Adorno, Max Horkheimer, Herbert Marcuse e Walter Benjamim. Com a II Guerra Mundial, eles saíram de Frankfurt, na Alemanha, para se refugiar nos Estados Unidos, voltando apenas na década de 50.
Na Europa do início do século XX, os rumos e os resultados a que se chegaram com os feitos políticos em nome do proletariado e de uma ideologia marxista começaram a ser reavaliados por alguns intelectuais. A ideia de que a luta entre burgueses e proletariado iria resolver as coisas era questionada ao se perceber o crescimento de uma classe média. Segundo consta, esta geração (subsequente aos primeiros marxistas) que conciliava a teoria (o trabalho intelectual) com o comando do partido socialista tinha o mal-estar de não possuir uma definição exata do marxismo.
O marxismo até então era consenso no Partido da Social Democracia, o qual entendia teoria e prática como palavras sinônimas. Por volta de 1900, ocorreu uma espécie de clivagem, na qual as duas partes (teoria e prática) discutiam a realidade e os rumos do marxismo. O contexto europeu da primeira metade do século será fundamental para se compreender as bases do que veio a ser o “marxismo ocidental” como resposta aos impasses teóricos e políticos. Segundo Perry Anderson, o fascismo e o stalinismo foram as duas grandes tragédias que, de formas diferentes, se abateram sobre o movimento operário europeu no período entreguerras e que, juntos, pulverizaram e destruíram os potenciais criadores de uma teoria marxista nativa ligada à prática das massas do proletariado ocidental.
Enquanto teoria, o marxismo se tornava algo muito diferente de tudo o que o precedera, acarretando como ponto alto dessa mudança o deslocamento dos temas e das preocupações da intelectualidade marxista. As gerações que comporiam o marxismo ocidental (as quais assim o fizeram sem ter consciência disso, sem ter um ”projeto” definido com este nome) não eram mais os engajados líderes políticos de outrora, mas agora elaboravam uma produção intelectual que, em certa medida, se devia ao engajamento político do passado. Afastavam-se daquele passado clássico (do ponto de vista teórico) e, ao mesmo tempo, reavaliavam os resultados do marxismo no presente.
Desse modo, nasceu a Escola de Frankfurt, a qual se dedicou, a partir da década de 20, ao estudo dos problemas tradicionais do movimento operário, unindo trabalho empírico e análise teórica. Em virtude da perda de sua tradição intelectual, o marxismo para os frankfurtianos será alvo de um movimento autorreflexivo. O que será característico no marxismo ocidental é esta autorreflexão do que era, foi e seria futuramente o marxismo, com obras que trataram de temas como o “novo” papel do materialismo histórico, o conceito de história, a tomada da consciência de classe, a cultura, a arte, literatura, enfim, todos considerados como categorias e instrumentos para se pensar as transformações, a validade, as limitações, possíveis caminhos e leituras do marxismo diante da sociedade industrializada moderna. Segundo Danilo Marcondes, os autores ligados à Escola de Frankfurt não se pretendiam realmente comentadores ou intérpretes do pensamento de Marx, mas tinham como proposta buscar inspiração no marxismo para uma análise da sociedade contemporânea.
Para os frankfurtianos, a razão que desponta com a valorização da ciência cada vez mais evidente, trata-se de uma razão instrumental. Assim, o que se tinha era uma racionalidade de cunho positivista que visava a dominação e intervenção na natureza a serviço do poder do capital, estendendo-se esta dominação também aos homens, cada vez mais alienados dos processos sociais em que estavam envolvidos. Logo a ciência não seria imparcial, mas controlaria o exterior e o interior do homem. Ainda segundo Danilo Marcondes, para a Escola de Frankfurt alguns dos aspectos centrais dessa dominação da técnica seriam a indústria cultural e a massificação do conhecimento, da arte e da cultura que se produzia naquele contexto diluindo-se assim a força expressiva de cada um, seus significados próprios, transformando tudo em objeto de consumo.
Assim, os intelectuais da Escola de Frankfurt conduziram suas obras a uma esfera crítica e reflexiva quanto ao marxismo, abordando categorias e conceitos que ora dizem muito sobre as consequências e rumos da prática marxista do passado e daquele momento em que escreviam, ora dizem respeito a uma espécie de proposta ou releitura daquilo que poderia (ou não) e mereceria ser feito. Logo, será da preocupação em sugerir e descortinar uma realidade reificada e “contaminada” pela lógica capitalista que nascerão tais trabalhos, num questionamento quanto às maneiras de se alcançar a efetiva tomada da consciência de classe e, dessa forma, superar a conjuntura capitalista dada.

Paulo Silvino Ribeiro
Colaborador Brasil Escola
Bacharel em Ciências Sociais pela UNICAMP – Universidade Estadual de Campinas
Mestre em Sociologia pela UNESP - Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho"
Doutorando em Sociologia pela UNICAMP - Universidade Estadual de Campinas
Fonte: Portal Brasil Escola - Sociologia